Ancoragem Rapel
Nos esportes desenvolvidos em altura chama-se de ancoragem a técnica de fixar cabos para a instalação de sistemas verticais (Técnicas utilizadas para vencer ou transpor desníveis geográficos, particularmente no montanhismo, escalada, espeleologia e outros esportes ou atividades, bem como nas ações de resgate de Corpo de Bombeiros ou ações táticas da polícia ou unidades militares.), para descer ou subir barreiras ou para transportar cargas e pessoas com segurança.
Consiste num conjunto de conhecimentos sobre a física dos materiais, execução de nós e voltas, análise do ambiente e usos pretendidos, estabelecendo níveis de segurança para o desenvolvimento de tarefas.
Os pontos de
ancoragem (PA) devem ser escolhidos e analizados de forma criteriosa, por
alguém experiente, e devem suportar a carga
mais alta prevista para eles, como
por exemplo, uma queda, ou duas pessoas ancoradas ao mesmo tempo (socorrista e
vítima). Porém, uma regra não pode ser deixada de lado: o conceito de Fator
de Segurança.
O Fator de Segurança funciona da seguinte forma: os
equipamentos utilizados em altura, tanto em esportes como em trabalhos, devem
ter uma resistência mínima de 15
vezes o peso da carga, conforme
abaixo:
CARGA USADA
COMO REFERÊNCIA= 135Kg
(peso de
um adulto com equipamentos)
FATOR DE
SEGURANÇA= 15
135 X 15 =
2.025Kg
Ou seja, 2.000Kg (arredondando) é
a carga mínima de resistência que qualquer equipamento para segurança (uso
pessoal) em altura deve possuir. Partindo do conceito que uma corrente é
tão forte quanto o elo mais fraco, não adianta você possuir equipamentos
resistentes se o PA não for tão resistente; mas dificilmente vamos ter em
mãos um Dinamômetro (equipamento utilizado em testes para aferir resistência de
equipamentos como cordas, etc) para avaliar se o PA é robusto ou não,
portanto a experiência, as técnicas e o bom senso devem fazer parte
do perfil da pessoa que irá montar as ancoragens, seja de um simples rapel ou
de uma operação de salvamento.
Exemplos de bons pontos de ancoragem:
Vigas e
colunas Rochas
Árvores grandes e sadias
Exemplos de ancoragens que devem ser evitadas:
Postes pequenos
Árvores secas e podres Árvores pequenas ou
arbustos
Cuidado
com a sobrecarga devido ao efeito alavanca!!!
Ancoragem na
base = maior
resistência
Ancoragem no topo = menor resistência
Agora que já avaliamos o ponto de ancoragem,
vamos para o próximo passo - iniciar a montagem do Sistema de Ancoragem.
Sistemas
de Ancoragem são técnicas aliadas a equipamentos que têm como objetivo fazer
com que o uso do ponto de ancoragem, bem como sua operação sejam feitos de
forma organizada e segura. Portanto, mantê-lo SIMPLES E SEGURO é primordial.
Sistemas muito cheios de equipamentos, nós, sobras de corda, etc, ficam
"sujos", dificultando sua conferência e operação, podendo aumentar
consideravelmente as chances de acidentes.
Podemos classificar o tipo de sistema de ancoragem a ser
utilizado em Ancoragem Simples e Auto-equalizada.
Na Ancoragem Simples, que deve ser
resistente, robusta e de preferência estrutural, basta ancorar a corda
(protegida por uma lona, carpete ou equivamente) através de um nó diretamente
ao PA. Porém, recomendamos utilizar uma fita em volta desse ponto (igualmente
protegida), prendendo a corda à essa fita através de um mosquetão. Dessa
forma evitamos o desgaste da corda (que é mais cara do que a fita) além de
deixar o sistema mais "limpo", ou seja, fácil de conferir e de
utilizar outros equipamentos e acessórios. Equipes de salvamento têm o costume
de utilizar ainda dois cordins com o nó Prussik preso à corda e ao mosquetão
principal, de forma que toda a carga do sistema seja suportado por ele.
Chamamos isso de "fusível", pois caso ocorra sobrecarga no sistema,
esses cordins (que nesse momento são os componentes menos resistentes do
sistema) irão romper ou correr, transferindo automaticamente a carga toda
para a corda, nos dando um aviso de que algo foi feito errado. Recomendamos que
esse padrão seja adotado, pois além de ser mais seguro, deixa o nó da corda sem
tensão, tornando a desmontagem da ancoragem mais fácil. Não esqueça de deixar
uma pequena folga entre o nó da corda e os cordins, senão a carga continuará no
nó principal.
Da
esquerda para a direita: corda ancorada diretamente através de nó, ancorada
através de fita e mosquetão e por último através de fita, mosquetão e dois
cordins, funcionando como "fusível".
A ancoragem simples pode ainda ser realizada com "backup" ou seja, um ponto de segurança a mais,
sendo que o ponto azul é o principal (o mais fraco) e o vermelho o
"backup" (o mais resistente). É subdividida
em: Ancoragem em Série e Paralela.
Da
esquerda para a direita: ancoragem paralela e em série.
Na Ancoragem Auto-equalizada o PA
escolhido não é robusto, nem estrutural, porém se a carga for dividida de forma
igual entre dois pontos ou mais, teremos um sistema de ancoragem seguro. É
dessa forma que espeleólogos, escaladores e alpinistas criam seus
sistemas, pois geralmente não possuem muitas opções de ancoragem robustas nos
locais onde desenvolvem suas atividades, e dividem o peso da carga de forma
igual entre dois ou mais pontos.
Exemplos
de ancoragens utilizadas por escaladores que exigem equalização: da esquerda
para a direita: chapeleta, pino e piton.
ANCORAGEM
AUTO EQUALIZADA EM "V"
A partir dos dois pontos de ancoragem que não são estruturais ou robustos,
instalamos os mosquetões e dentro destes passamos uma fita ou cordim
fechado em anel. Após
isso unimos a parte superior com o mosquetão inferior, realizando antes uma
pequena alça de segurança. Esse sistema poderá ser tracionado em qualquer
direção que equalizará igualmente o peso da carga entre os dois pontos.
ANCORAGEM
AUTO-EQUALIZADA EM "W"
Montada da mesma forma que a anterior, porém com um ponto
a mais na divisão da carga, equalizando automaticamente da mesma forma em
qualquer direção.
"Para Pulsar, o Coração, Para Aventura,
Se Prepare com a Minas Adventure"
Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ancoragem, http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A9cnica_vertical, tcnicasverticais.blogspot.com.br/2013/02/ancoragens,
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